"A importância do Jejum"


A Igreja chama o jejum, a esmola e a oração, de “remédios contra o pecado”; pois cada uma dessas atividades, a seu modo, nos ajudam a vencer o maior mal deste mundo, o pecado. A oração nos fortalece em Deus, a esmola (obras de caridade) “cobre uma multidão de pecados”; e o jejum fortalece o nosso espírito contra as tentações da carne e do espírito, e  nos liberta e abre para os valores superiores da alma.

“Ordenai um jejum” (Jl. 1, 14). São as palavras que ouvimos na primeira leitura da Quarta-feira de Cinzas, quando começa a quaresma. O jejum no tempo da Quaresma é também a expressão da nossa solidariedade com Cristo, preso, torturado, flagelado, coroado de espinhos, condenado à morte, crucificado e morto.
Ao jejuar devemos concentrar-nos não só na prática da abstenção do alimento ou das bebidas, mas no significado mais profundo desta prática. O alimento e as bebidas são indispensáveis para o homem viver, disso se serve e deve servir-se, mas não lhe é lícito abusar seja da forma que for. O jejum tem como finalidade nos levar a um equilíbrio necessário, e ao desprendimento daquilo que podemos chamar de “atitude consumística”, característica da nossa civilização.
O nosso jejum deve ser acompanhado de mudança de vida, conversão, arrependimento dos pecados e volta para Deus. O profeta Isaias chamava a atenção do povo para isso: “De que serve jejuar, se com isso não vos importais? E mortificar-nos, se nisso não prestais atenção? É que no dia de vosso jejum, só cuidais de vossos negócios, e oprimis todos os vossos operários”. Passais vosso jejum em disputas e altercações, ferindo com o punho o pobre. Não é jejuando assim que fareis chegar lá em cima vossa voz. O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo”.  (Is 58,3-6)

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